Os filisteus eram um povo guerreiro que vivia no litoral palestino, conhecidos principalmente por sua feroz rivalidade com os israelitas. Muito do que chegou até nós sobre os filisteus está relatado na Bíblia, onde abundam as narrativas sobre as sangrentas disputas entre aqueles povos.
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Território dos filisteus |
A origem dos filisteus é controversa. Tal como os fenícios (que viviam onde hoje é o Líbano e que desenvolveram o alfabeto que nós herdamos), pode-se dizer que também pertenciam aos “Povos do Mar”, invasores formidáveis que chegavam para saquear e conquistar terras – guerreiros brutais tanto no mar quanto em terra, tal tarefa não era difícil. Etnicamente falando, aproximavam-se mais dos europeus do que dos asiáticos, pois vinham da Grécia e de Creta; de lá trouxeram elementos de sua cultura, tal como o domínio da cerâmica e do ferro, este último essencial para a guerra. As principais cidades que construíram eram Ashod, Ascalon, Gaza, Gath e Ekron.
A aparência física dos filisteus era medonha à maioria dos asiáticos e africanos que os conheceram: eram certamente mais altos, possuíam o queixo raspado e tinham “olhos de águia”. O capacete que utilizavam nas batalhas era uma espécie de círculo de junco ereto, com tiras de couro ou crina de cavalo. Além da utilização do ferro, o que fazia com que suas armas fossem mais resistentes do que a dos inimigos (ainda à época da Idade do Bronze), utilizavam bigas de guerra de três homens (um cocheiro e dois lanceiros). Costumavam portar duas lanças, uma espada ou ambos. Os filisteus não eram apenas guerreiros brutais, pois tinham grande apreço pela arte – os israelitas da época não desenvolveram nada igual.

Os filisteus viviam em guerra contra seus vizinhos hebreus. Alguns foram imortalizados pela história. Quem nunca ouviu falar de Dalila, a encantadora mulher que seduziu o brutal Sansão e que o fez perder os olhos ao ser entregue aos inimigos? Ou de Golias, o gigante que atemorizou o exército israelita de Saul e que foi derrotado por Davi? Os registros históricos apontam que o fim dos filisteus não foi nada glorioso: sumiram à época das expansões dos povos mesopotâmicos (assírios e babilônios/caldeus); é provável que tenham sido assimilados étnica e culturalmente pelos invasores, que tinham o costume de realocar populações inteiras dentro de suas fronteiras imperiais (século VI a.C).
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A doce Dalila enfeitiçando o mulherengo Sansão... |
Por uma ironia da história, os filisteus continuariam a perturbar os judeus mesmo depois de terem desaparecido: após a revolta judaica de 70 d.C e da famosa Diáspora, os romanos renomearam o território judeu (Judéia) para “Palestina”, que seria uma tradução latina para “Filisteu” ou algo parecido (outra origem para o nome "Palestina" é egípcia: "Pelest" ou "Plst"). Era uma tentativa de eliminar resquícios judaicos daquele território e nada melhor que utilizar o nome dos velhos inimigos dos zelotas rebeldes. Ainda hoje a sombra filistina persegue os israelitas, pois os atuais palestinos (povo de maioria étnica árabe) residem na Faixa de Gaza e alguns grupos extremistas (fugindo de generalizações, claro) costumam atacar o território israelense de lá.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JOHNSON, Paul. Os heróis: de Alexandre o grande e Júlio César a Churchill e João Paulo II / Paul Johnson; tradução Marcos Santarrita. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
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